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Educação a distância: existem distâncias?

                   

Num mundo, em qual a tecnologia toma parte do dia-a-dia de cada pessoa; os espaços-tempo e interações sociais são ressignificadas; é a partir desse contexto que emerge a Educação a distância-Ead.

Existem controvérsias quanto ao uso do termo; Alguns preferem Educação a distância, por acreditarem que esta expressão evidencia a existência de um processo educacional que não necessariamente ocorre no mesmo espaço geográfico. Já a expressão ensino a distancia, para os partidários da concepção anterior denota uma relação distante entre o saber e o indivíduo, o que não deve ser o objetivo da Ead.

Indiferente a essas controvérsias, eu me proponho a uma outra reflexão, sobre o termo a distância.

Primeiro, em termos de definição é espaço entre dois pontos. Podendo ser medida em quilômetros, metros, centímetros e muitas outras unidades.

Sendo assim, a noção de distância esta aliada a uma concepção de espaços físicos. Ou ainda, de uma noção cartesiana de pontos que convergem a um local específico.

Entretanto, a partir da noção de espaços virtuais, as nconcepções de espaço-tempo simplesmente não existem. Sendo assim, o local é universal e virtual; não esta aqui ou ali; mas em qualquer ponto. Este é um momento de quebra de paradigmas, no qual, até mesmo conceitos sócio-históricamente internalizados por todos, ganham a necessidade de re-significação e contextualização.

Nesse aspecto, a expressão Ead perde o seu sentido. Não existe Ead, pois não existe a distância, o que existe na verdade é a educação que pode ocorrer em qualquer local, modalidade ou espaços-tempos. Sendo assim, o que chamamos de Ead, na verdade é uma educação mediada por tecnologias, que podem serem usadas(ou não) a favor da assistividade e inclusão.

O que se chama de Ead é apenas o “E”, ou seja: é educação; a distância não existe; a distancia é fruto de um paradigma da modernidade pós galileana. Em tempos de pós-conceptualismo; nossas idéias devem ser revistas; não no sentido de necessariamente colocarmos outras em seus lugares; mas no sentido de conviver com o simples não saber; do ignorar por completo; num movimento de retorno conceitual socrático.
 

  Gravura- A tela- Criada por Vitor Gomes

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