FENOMENOLOGIA E EDUCAÇÃO
UM POUCO SOBRE RESILIÊNCIA... UM POUCO SOBRE HUMOR
O termo resiliência é herdado da física e apropriado pelas ciências humanas como sinônimo de capacidade da auto-estruturação após os impactos, pode-se definir ainda, como o processo de superação do trauma, ou do lidar positivo com o adverso, diante ou após o revés.
Dentro dos estudos sobre resiliência, Caliman (2000) a define como a capacidade de administrar o próprio risco de modo a resistir aos fatores negativos. Gomes (2004, p. 18) enaltece a necessidade de acrescer ao termo resiliência o adjetivo psicológica, chamando, assim, essa capacidade/comportamento de “resiliência psicológica”, delineando o seu aspecto intimo, humano e psicológico ao termo, apropriado e ressignificado a partir das ciências exatas.
Para Gomes (2008, p.2):
Das pesquisas sobre resiliência, Grotberg (2005) atenta para uma ampliação do conceito o qual muito mais do que enfrentamento pós-adversidade é a capacidade humana para sair transformada e fortificada depois do trauma. Sendo assim, após os impactos e o (re)erguimento, somos fortificados, renascendo como uma fênix das cinzas, com uma pele mais grossa e resistente a novos impactos. Assim, a resiliência nos torna resistentes.
Desta forma, o conceito de resiliência “evolui’ de adaptação pós adversidade (nos anos 70), para uma dimensão de adaptação fortificada diante aos revezes. A resiliência (des)vela-se de diversas formas, obviamente associada a subjetividade de cada um. E dentro dessas possibilidades de expressão da resiliência, está o humor, o cômico, mas não se trata de um humor qualquer, trata-se sim do humor que versa sobre as adversidades, do humor de resiliência, que ajuda e dá suporte a esse processo de enfrentamento do revés.
Para Gomes(2008, p.1):
A história da humanidade é marcada por acontecimentos trágicos e pela superação e glorificação da luta contra as adversidades. Em meio a isso, uma virtude que nos acompanha é o humor, singularidade do comportamento humano que nos auxilia, entretendo-nos, anestesiando ou celebrando certos episódios.A (valor)ação do humor pode ser percebida ao longo da história, por meio do teatro greco-romano, cujos temas eram o humor ou a tragédia; pelo bobo da corte medieval, personagem que entretia as cortes; pelos bufões; pelos menestréis ou repentistas; pelos humoristas da contemporaneidade; ou mesmo pelo humor anônimo do homem comum.
Desta forma, vivemos numa cultura de humor, que nos ajuda a nos entreter, com funções de alivio, de amparo psicológico e de possibilidade de aproximação entre pessoas. Sendo assim, uma “ponte” relacional entre o EU e o outro, que formam o NÓS, pois conforme Bergson o humor precisa de um eco, e rir em grupo é mais prazeroso do que individualmente, sendo o cômico um fator social e contextual grupal(BERGSON, 1987).
REFERÊNCIAS
BERGSON, Henri. O riso: ensaio sobre a significação do cômico. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987.
GOMES, Vitor. Três formas de ser resiliente: (Des)velando a resiliência de adolescentes no espaço escolar. Dissertação de Mestrado. Vitória: UFES/PPGE, 2004.
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