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Educação a distância: mitos e realidade

                                                Gravura-Distâncias virtuais-criada por Vitor Gomes​

 

Na história de nosso país, repleta de exclusão, de intolerância, de descaso pela educação e corrupção política, em vários momentos foi pronunciado que a educação do país não alcançou níveis de excelência, seja pela falta de verbas suficientes, seja por falta de uma gestão mais competente.



Dentro desse contexto se apresenta a educação a distância, que evidencia-se como uma das formas possíveis de se aprender, diminuindo barreiras geográficas e reduzindo custos, sem  ignorar os aspectos neo-liberais ligados a esta.

 

Da mesma forma que grande parte das pessoas, eu sou um fruto do ensino presencial, sendo assim, para mim a educação a distância é algo novo e instigante.

Contudo, dentro da subjetividade dos contatos e leituras acerca do tema tenho notado uma linguagem mitificadora, que evidencia uma ead como um verdadeiro “bicho de sete cabeças”, fato este, que não considero como expressão adequada ao real.



Começando definindo o ensino a distância. Vejamos esta concepção de Moran (2009, p. 1):
Educação a distância é o processo de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão separados espacial e/ou temporalmente. É ensino/aprendizagem onde professores e alunos não estão normalmente juntos, fisicamente, mas podem estar conectados, interligados por tecnologias, principalmente as telemáticas, como a Internet. Mas também podem ser utilizados o correio, o rádio, a televisão, o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax e tecnologias semelhantes.


Esta definição nos ajuda a compreender bem a questão do ensino a distância. Contudo, mesmo compreendendo a intenção supostamente esclarecedora, ela reforça o mito do bicho de “sete cabeças” a medida que ressalta, conforme nossos grifos, o modelo de separação que acreditamos não ser o real. Apenas em termos didáticos “reescreveríamos” essa definição da seguinte forma:



Educação a distância é o processo de ensino-aprendizagem, mediado por tecnologias, onde professores e alunos estão conectados pela tecnologia. É ensino/aprendizagem onde professores e alunos estão juntos, com valiosas formas de interação, sendo interligados por recursos, principalmente os telemáticos como a Internet. Mas também podem ser utilizados o correio, o rádio, a televisão, o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax e tecnologias semelhantes.

Conforme podemos ver as palavras implicitamente denunciam esse “modelo” mitificador evidenciado, seja ele conscientemente ou não.



Dentro disso, tentamos responder a quatro perguntas e dúvidas, que em nossa vivência no ensino presencial ouvimos frequentemente serem pronunciadas e repetidas acerca do ensino e a aprendizagem a distância.

1) O curso a distância é mais difícil que os outros?


A resposta é não!



Apenas o fato de ser presencial ou a distância não torna um curso mais fácil ou difícil do que os outros, o que facilita ou complica um curso são vários fatores que se aplicam em todas as modalidades de ensino. Dentre eles:  a metodologia, a didática dos professores, interesse pelos alunos, facilidade em uso da tecnologia,  motivação de todos os envolvidos,  características de aprendizado individuais, e outras. 


Assim, para um melhor aproveitamento no ensino a distância o que é fator fundamental é a aplicação e uso de todos os recursos disponíveis na plataforma. Neste sentido, um bom caminho é praticar todos os recursos do MOODLE, participando de todas as atividades de  grupo, mantendo um contato constante com os tutores e sempre encaminhando suas dificuldades a equipe técnica do seu curso, que saberá auxiliar a todos dentro de todo esse processo de aprendizado.


2) Aprender a distância requer alguma atenção especial?



Eu diria que aprender, em qualquer modalidade, exige: aplicação, disciplina, motivação e persistência. Em primeiro lugar, é bastante natural não se aprender um conteúdo com uma única leitura, eu mesmo releio várias vezes um texto o grifando e fazendo diversas observações sobre este. Nesse sentido, é necessário que você releia o texto quantas vezes achar necessário e utilizar toda estrutura de apoio disponível a vocês, desde tutores presenciais, tutores a distância, fórum, biblioteca e outros.


3) No ensino a distância não existe interação entre pessoas?



Existe sim. Ao contrário do que se pensa, educação a distância não é isolamento, pelo contrário você terá a possibilidade de interagir com vários colegas, de vários lugares diferentes, nos quais você provavelmente não teria no ensino presencial.



Conforme Chaves(2009, p.1):



A educação e a aprendizagem, porém, embora aconteçam dentro do indivíduo, e, portanto, não possam, literalmente, ser feitas a distância, podem, e devem, ser mediadas através dos contatos do indivíduo com o mundo que o cerca, em especial, através de seu contato com outras pessoas, seja esse contato "cara a cara" ou "remoto" ("virtual", no sentido de que não envolve a "contiguidade espaço-temporal" das duas pessoas).

 

4) O diploma a distância tem algum valor diferente do presencial?


Não. Dentro da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional –LDB 9394/96, que é a lei que rege a educação do nosso país, é previsto a educação a distância como uma forma de ensino legítima e com a mesma validação de diploma.

É obvio que é necessário se tomar a devida preocupação com relação a idoneidade da instituição que se faz um curso, desta forma, pesquise antes de se inscrever. 



Respondida as perguntas, levantamos quatro pontos que consideramos como relevantes em favor do ensino a distância.

 

Economia



Sabemos que os custos com os cursos a distância são menores tanto para o aluno, como também para quem oferecem estes. Em primeiro lugar, porque um professor (tutor) pode lecionar para um número maior de alunos ao mesmo tempo. Um outro fator é que recursos utilizados são relativamente baratos, sendo que o que um aluno necessita, em geral é um computador, webcam e caixas de som. Além disso, existem cursos públicos de Ead em diversas universidades federais do pais.



Geografia



Os cursos a distância rompem com barreiras geográficas podendo se estudar em qualquer lugar, desde que exista internet.

Inclusão


Em relação a inclusão das Pessoas com Necessidades Educativas Especiais-PNEE, dentre elas: física, auditiva e visual nos afirma a LDB 9394/96:



Art. 59: Educação Especial. Na Educação Especial, os métodos, técnicas e tecnologias aplicados ao ensino a distância são recursos poderosos, tanto em programas de aceleração de estudos para alunos superdotados como para portadores de necessidades especiais, uma vez que o ritmo e a especificidade de cada um podem ser atendidos de forma personalizada.



Assim, a educação a distância é pode ser uma ferramenta propiciadora de inclusão tanto no sentido de sofwares, que servem como uma forma de tecnologia assistiva que auxiliam as Pessoas com Necessidades Especiais-PNE no seu processo de aprendizagem, como também, do rompimento das barreiras arquitetônicas. Sendo que estas mesmo com problemas de locomoção, poderem acessar sua sala de aula por meio de um computador, que poderá estar dentro da sua casa.

 

Autonomia

É o aluno quem define seus horários e compasso de estudo, podendo ver os conteúdos de uma disciplina de forma mais lenta ou rápida e de acordo com seu ritmo de aprendizagem.

Assim,  é necessário dizer que acreditamos no ensino a distância não como uma forma de substituição do presencial, mas sim, como uma modalidade que é eficaz no processo de aprendizagem e que, por isso, pode ser utilizada sem preconceitos, até como parte complementar do ensino presencial.

É necessário dizer que nenhuma modalidade de ensino é perfeita, há sempre o que melhorar e aprender com o fazer aliado a teoria. Contudo, nosso  objetivo foi desfazer alguns mitos dentro da educação a distância.



 

REFERÊNCIAS

CHAVES, Eduardo. Tecnologia na educação: conceitos básicos. Disponível: < http://www.edutec.net/Tecnologia%20e%20Educacao/edconc.htm#Ensino%20a%20Distância>. Acesso em: Acesso em: 24 mar.2009

_________________. Ensino a Distância: Conceitos Básicos. Disponível: < http://www.edutec.net/Tecnologia%20e%20Educacao/edconc.htm#Ensino%20a%20Distância>. Acesso em: Acesso em: 24 mar.2009

GOVERNO DO BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da educação Nacional N° 9394 de 1996. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/l9394.htm>. Acesso em: 24 mar.2009.
MORAN, José Manuel. O que é educação a distância? Disponível em: Acesso em: 24 mar.2009.

UAB. Sobre Educação a Distância Diplomas e Certificados. Disponível:. Acesso em: Acesso em: 24 mar.2009

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